Blasfémia

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Vagueio entre sepulturas da vida



Por entre a névoa que esfria a minha face branca



Os meus olhos seguem-te na solidão da noite…



Lua Cheia!



E o teu corpo jaz no esperar de um vale de sombras



Na lápide vinga o calafrio do mal dizer…



Desejo mórbido e frio



Percorre-me as entranhas



Em forma de gume…



Nos lábios, sinto arrepios



Desejo de ser dominada



Pelo inebriar dos meus sentidos!



Sente os meus seios



Já hirtos pela dor



Do cansaço feito partitura…



O coração sangra no indizível…



Salivo…



Lascivo beijo da urze que veste



Seres …



Outrora,



Mascarados…



Sorva cada parte da minha alma.



Rasga-me o negro véu que cobre o meu ser



Moribundo…



Servirei no teu cálice todo o meu ventre



Saciado



Por este pensamento



Tão profano…



Morrerei no fogo deste prazer



Nesta sepultura gélida



Decorada de ignorância



Tocarei minha intimidade cálida



Enquanto os negros anjos assistem



Nosso amor vai profanar esse santuário



Nesse mausoléu em que Demo habita



Um túmulo de mármore



Vai ser erguido!



Guardião dos mortos-vivos



Abandonados!



Sobre as sombras de um centenário de carvalho



O inverno irá desfolhar…



Irás secar entre as raízes da tua



Iniquidade!



Dominarei meus sacrilégios



Inseminarei nas entranhas a tua sorte!



CondessaOfDark







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